O artigo " A coesão como propriedade textual: bases para o ensino do texto" de acordo com Irandé Antunes apresenta um crescente interesse no estudo da Lingüística Textual pelas questões da textualidade justifica-se por esse empenho da linguística de alcançar a totalidade de seu objeto e apreender a dimensão global da língua, que, por um lado, define como sistema virtual e, por outro, se afirma como destinada à utilização em situações concretas da interação sociocomunicativa. Além disso no artigo a autora ressalta aspecto da organização textual, com o qual estão relacionados os recursos da coesão. A continuidade sequencial do texto, que está em correlação com os conceitos e as relações subjacentes que acontece sob duas formas numa dimensão microestrutural, e numa dimensão macroestrutural.
A língua tem na textualidade a " forma normativa" ou a " estrutura necessária" de realização, porquanto é sob a " conformidade textual" que os sistemas linguísticos ocorrem. No exercício comum da linguagem, como nos demais domínios da experiência, o conceito de coesão, de uma forma geral, aplica-se aos dispositivos utilizados pelas pessoas para ligar e pôr em relação os diversos segmentos com que pretendem construir suas unidades de comunicação. Tais dispositivos ganham maior relevância quando a unidade em construção é o texto, pois é aí que as articulações assumem maior complexidade operacional e de função. A autora ressalta ainda que as palavras presentes ao texto não perfazem o todo de sua realização, também é certo que, sem elas, não se fazem textos (textos linguísticos), é certo que, para constituírem textos, as palavras devem sujeitar-se a determinados princípios de organização.
Assim se o texto dispõe de uma superfície que deve estar organizada e, para isso, ocorrem, entre outros, os dispositivos coesivos, tal organização se destina a assegurar a continuidade para que a sequência possa ser reconhecida como coerente e apropriada.
ANTUNES, Irandé. A coesão como propriedade textual: bases para o ensino de texto CalidoscópioVol. 7, n. 1, p. 62-71, jan/abr 2009 © 2009 by Unisinos - doi: 10.4013/cld.2009.71.06